Bumba Meu Boi. Foto: Douglas Júnior

Por: Madson Euler/Rádio Nacional 

A cultura do Bumba Boi do Maranhão na palma da mão: o projeto Caminhos da Boiada criou um aplicativo de celular para dar visibilidade aos mais de 100 grupos existentes somente na ilha de São Luís; contemplando além da capital, as cidades de Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar. 

A iniciativa é do Grupo de Estudos Culturais no Maranhão, da Universidade Federal do estado, em parceria com o Sebrae maranhense.  O projeto foi lançado em 2022. Em dezembro do ano passado, o formato impresso foi atualizado e entrou no ar o site caminhosdaboiada.com.br.

Agora, em uma nova etapa, está sendo lançado também o aplicativo Caminhos da Boiada. 

A coordenadora geral do projeto, Letícia Cardoso, diz que o mapeamento é ao mesmo tempo uma vitrine e uma memória virtual para esses grupos.

“A intenção era essa. Era a gente subsidiar não só jornalistas, como também pesquisadores da cultura, gestores públicos. Quando a gente chegava nos terreiros, nas sedes dos grupos, muita gente perguntava: ‘Você é da secretaria? Faz parte de qual órgão?’ Então, assim até eu explicar que nós somos pesquisadores, que a gente é ligado à Universidade Federal do Maranhão, que nós temos um trabalho de pesquisa, eles diziam “Mas vocês estão fazendo o papel que o governo deveria fazer”.

Ao acessar a plataforma, o usuário interage com o mapa e abre as informações de cada grupo catalogado: endereço, telefone, fotos e videos do grupo, quem são os amos ou presidentes do Boi, qual tipo de sotaque aquele boi toca. Também encontra o link para as redes sociais dos grupos, onde é possível saber a agenda atualizada das apresentações. O sistema também traz as coordenadas de GPS indicando o caminho até a sede de cada grupo. 

A plataforma é colaborativa. Qualquer brincante pode cadastrar seu grupo de Bumba Boi. Foi feita, inclusive, uma oficina sobre o uso do Instagram para que os próprios membros possam atualizar as redes e fotografias linkadas ao mapa.  

O próximo passo do projeto é criar um roteiro turístico, que contemple visitas aos grupos que já possuem estrutura de sede ou barracões, como explica Letícia.

“Então são áreas ali integrando o projeto. E uma delas é o turismo. Então nós fizemos um diagnóstico, identificando que grupos têm já esse equipamento cultural, para receber visitantes, por exemplo. Então a pessoa, o turista, o visitante vai ter uma experiência cultural junto a esses grupos. Uma experiência de visita turística, mas também em que ele vai poder aprender a tocar um instrumento, conhecer a história do grupo, conhecer o bordado, são várias atividades”. 

Os criadores estão aproveitando a exposição instalada no arraial do Largo de Santo Antônio, uma das festas juninas mais populares da capital maranhense, para apresentar o aplicativo. Totens de personagens do Bumba Boi estão espalhados pelo arraial e cada um deles possui um QR code para baixar o aplicativo. 

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